Notas Cinéfilas são como o nome diz, Notas. São pequenos pensamentos que me passaram rapidamente e que pretendo depois reescrever de outra forma. Aqui abordar coisas no estilo "Tudo ao mesmo tempo agora", sem me preocupar em fugir do tema e passar para outro. Pequenos fragmentos de ideias que não pensei muito ao escrever e possivelmente vou achar bobagem quando reler mais para frente
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E cá estamos, continuando esse papo meio amargo sobre a geração que parece ter perdido o manual básico da paciência. Porque, veja só, hoje em dia ninguém mais assiste a um filme inteiro — é muito tempo, né? Muito mais fácil passar horas no Instagram, TikTok, ou até no YouTube, mas só assistindo aos famosos “shorts”, vídeos de poucos segundos que se sucedem numa velocidade frenética. Um atrás do outro, um flash de imagens, uns memes, umas dancinhas, uns comentários ácidos, e você mal percebe o tempo passar.
O relógio corre, a timeline não para, o dedo desliza sem dó pela tela e, de repente... opa! Já é hora de dormir. E o que ficou? Nada realmente aproveitado, nada que tenha feito pensar, rir de verdade ou sentir alguma coisa além da ansiedade do próximo vídeo.
É a era do “scroll infinito”, onde o lazer virou uma competição para consumir o máximo de conteúdo em menos tempo possível. A concentração virou artigo raro, quase uma espécie em extinção. Esqueceram que assistir a um filme, ler um livro ou mesmo curtir uma música inteira envolve imersão, atenção, entrega — uma experiência completa, não um recorte fragmentado e jogado na sua cara em doses homeopáticas.
E o pior: quando você tenta falar disso, diz que “isso é coisa de velho” ou “tá viajando, tudo mudou”. Só que não mudou para melhor, pelo menos não nesse quesito. Passar o dia inteiro vendo pedaços soltos de vídeos, numa velocidade que nem o Flash conseguiria acompanhar, é a receita para o esgotamento mental, o vazio de tempo mal aproveitado e aquela sensação incômoda de que você não fez nada de útil ou prazeroso.
No fim, essa pressa toda é só uma fuga. Fugir do silêncio, da reflexão, da sensação de estar ali, presente, curtindo de verdade algo que exige mais que um tapinha na tela. Nessa pressa frenética, a cultura vira fast food — fácil, descartável, e no fim das contas, indigesta.
Mas, quem sabe, um dia a geração do “scroll” descubra que desacelerar também é um ato revolucionário. Até lá, que a gente continue assistindo aos filmes inteiros, lendo os livros e vivendo experiências com calma, porque paciência, meus amigos, nunca sai de moda.
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