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quinta-feira, 17 de julho de 2025

Notas Cinéfilas #3

Notas Cinéfilas são como o nome diz, Notas. São pequenos pensamentos que me passaram rapidamente e que pretendo depois reescrever de outra forma. Aqui abordar coisas no estilo "Tudo ao mesmo tempo agora", sem me preocupar em fugir do tema e passar para outro. Pequenos fragmentos de ideias que não pensei muito ao escrever e possivelmente vou achar bobagem quando reler mais para frente

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Odeio essa palavra que virou o “pau pra toda obra” do debate preguiçoso: superestimado. Não me entenda mal, claro que existe coisa superestimada por aí — aquele filme, aquela banda, aquele livro que a galera toda idolatra e que, quando você finalmente confere, pensa “ué, cadê o hype todo?”. Mas o problema não está na palavra em si, e sim em quem a usa como um escudo da preguiça intelectual 

Tem muita gente que lança “superestimado” como se fosse um argumento final, tipo “fechei o caixão, não quero nem discutir”. Mas, na real, o que acontece é que essas pessoas não querem se dar ao trabalho de entender por que algo é tão celebrado. É mais fácil cuspir o rótulo, fazer cara de quem já sacou o segredo do universo e sair achando que ganhou o debate. Aí fica aquele ar de “eu sou o diferente, o crítico que não segue a manada”, quando na verdade só está na superfície, sem mergulhar fundo.

E olha que essa preguiça não para aí. Também tenho uma implicância danada com termos da moda que viraram muletas para quem não quer pensar: “woke” e “lacração”. Dois palavrões atirados à toa, quase sempre por quem mal entende o que significam, só repetindo feito papagaio de pirata que acha que está navegando contra a maré. É a famosa pose de “eu sou livre, eu não me deixo manipular”, enquanto se deixa manipular por mantras vazios que só reforçam preconceitos e bloqueiam qualquer debate de verdade.

Essas palavras, usadas como jargões de efeito, não passam de atalhos para evitar a complexidade. E o pior: elas se tornam armas para cancelar conversas, podar ideias, e condenar qualquer coisa que desafie a visão estreita do mundo que essas pessoas carregam. Assim, em vez de expandir horizontes, a gente acaba presa numa bolha rasa, onde “superestimado”, “woke” e “lacração” são os únicos termos que valem a pena debater.

No fundo, é uma preguiça cultural, um comodismo intelectual que, se deixar, vai continuar condenando o diálogo e fazendo a gente perder a chance de aprender, crescer e, quem sabe, até mudar de ideia. Mas isso dá trabalho — e, convenhamos, quem quer isso?

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