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sábado, 24 de maio de 2008

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal



A experiência sempre aconselha a não esperar demais das coisas ,que o resultado pode ser decepcionante. Porém é dificil segurar a expectativas quando se trata de um novo exemplar da serie Indiana Jones que está em jogo. E no mais , embora um pouco de medo, sabia que Spilberg não iria fazer besteira, mesmo com George Lucas envolvido.

O filme começa com a tradicional paródia com o simbolo da Paramount. Bom Sinal. Um racha entre carros ao som de um rock anos 50 nos situa na história e a primeira cena com a sombra de Indiana colocando o chapéu aos acordes da musica que já bastava para colocar John Willians como o grande compositor dos anos 70 e 80 nos trazem aquela sensação mágica da nostalgia. Alias, essa sequência inicial nos remete imediatamente a American Graffite, do proprio Lucas, e ao longo dos filmes as referencias dão o tom da obra, seja na propria série (O Galpão da Arca entre outros) até filmes do proprio Spilberg , como ET e Contatos Imediatos (afinal agora são os anos 50, época dos filmes Sci-Fi e, claro, tudo a ver com a obra do diretor).
E não demora muito para a ação começar. E é o que não falta no filme. Ação ao bom e velho gosto de Spilberg e que nada deixa a dever as produções atuais, embora naquele clima que qualquer um com bom senso espera encontrar num filme da personagem, que agora está com pelo menos 65 anos (e para os que esperavam o contrário, muito bem mesmo)

As referências aos anos 50 continuam, com uma daquelas cidades falsas para testes nucleares (e é nessa cena que o tom da paródia explicita o que vem por aí). Sean Connery , que não topou participar do filme (logicamente antes do roteiro ser aceito, uma vez que aqui deveria estar com pelo menos uns 85 anos e não daria muito certo num filme de ação, cabendo apenas uma bela homen). Acertada a inclusão da personagem do Shia LaBeouf, como o jovem Mutt Williams, típico adolescente dos anos 50, com caracteristicas de um jovem marlon brando em O Selvagem, mas cai do cavalo quem acha que o velho Ford não dá conta do filme. Mesmo com 65 anos, o humor certeiro de Indiana e as boas cenas de ação mostram que ninguém é pareo para ele e que, numa antologica cena final da a entender que não vai passar o chapeu tão cedo e se tudo conspirar bem teremos pelo menos mais um filme com ele.


Outra presença marcante no filme é a da excelente Cate Blanchett, de cabelo chanel (que não se despenteia jamais, assim como as irônicas roupas sempre secas , detalhes divertidos e irônicos , que como sempre , nem todos conseguirão captar) se divetindo com o seu sotaque russo. Uma vilã memorável , que mostra a que veio desde o primeiro instante, sem direito a rendenção forçada, em voga nos dias atuais.

E se o filme é capaz de agradar a nova geração ele é na verdade feito sobre medida para os velhos fãs de Indy, desde as já citadas auto-referências até a volta triunfal de Karen Allen, a mocinha do primeiro filme do herói e mãe do jovem Mutt (hum, se era para ser segredo, não poderia ser mais obvio...). E temos ainda John Hurt e ray Winstone no elenco.



O filme tem ainda como locação final a Amazônia, na fronteira do Brasil com o Peru (na Ilha Aramacá, no Rio Solimões), com cenas rodadas na Foz do Iguaçu (embora não se passe lá a ação, a queda foi bem aproveitada, combinando bem com o cenário da grande floresta).

Spilberg prova com essa nova Aventura que ainda é insuperável quando se fala de filmes de ação (e para efeito de comparação basta ver o lastimável Speed Racer daqueles carinhas que tiveram sorte com o primeiro Matrix) e que bons filmes ainda se fazem com bons roteiros , uma boa fotografia e trilha e não com cortes rapidos e câmeras mirabolantes que só fazem esconder a falta de idéias e talento.

Enfim, um filme que não deve nada aos outros bons exemplares anteriores (sendo até superior ao Templo da Perdição) e que só não supera as expectativas dos maus humorados e que dos já se esqueceram que o cinema pode ser apenas uma diversão escapista (com inteligência, claro).

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