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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Estamos Juntos


Como todo filme nacional demorei pra conseguir ver esse, pois a distribuição nos Cinemas infelizmente ainda é bem problemática por aqui no Brasil. E quando se mora no interior a coisa complica. Tirando alguns trabalhos mais conhecidos como "Tropa de Elite" e algumas produções da Globo dificilmente algo pinta por aqui.

"Estamos Juntos" já tinha me chamado a atenção por trazer a Leandra Leal, atriz que admiro e acompanho desde seu primeiro trabalho em "A Ostra e o Vento". Só náo vi suas novelas porque admiração tem limites. Também por ser o novo filme de Toni Venturi dos interessantes "Latitude Zero" e "Cabra Cega". Ainda não vi "O Velho" (apesar de ter em alguma fita empoeirada por ai) mas confesso que não tenho o mínimo interesse por um documentário sobre o Luis Carlos Prestes assim como não pretendo ver o filme sobre o Lula, mas isso não vem ao caso.

O filme começa com uma linda imagem aérea de São Paulo, linda e imponente, até a camera pousar no meio de uma comunidade pobre da cidade e nos mostrar um pouco da realidade. Corte para a personagem de Leandra Leal, uma jovem médica que faz residência num hospital da Capital, que divide seu apartamento com um rapaz. Mesmo ele sempre disposto a ajuda-la, mesmo ela contando com a amizade de uma colega no trabalho (a sempre ótima Debora Duboc), e mesmo com o amigo Gay sempre por perto, a personagem de Leandra é notadamente uma pessoa solitária.

Logo surge a figura de um musico argentino com quem Leandra irá se envolver. O ator do mesmo é uma escolha equivocada, além de feioso, não convence como interesse romântico, muito menos como pivô de uma briga entre ela e seu amigo gay.

A fotografia do fime é exemplar porém não segura o roteiro um tanto quanto confuso e dificilmente sentimos algum tipo de interesse pelas personagens. Além do Argentino já citado, Leandra Leal tem uma persona ingrata, fria e egocêntrica. Apesar de fazer um trabalho comunitário a certa altura não se envolve com o mesmo e mantem-se distante. Saiu de uma cidade interiorana, abandonou a familia (e mente sobre ela) para poder seguir a carreira, briga com seu melhor amigo por bobagem e não consegue enxergar (ou enxerga até bem demais) que há pessoas a seu redor que se preocupa com ela. Não entro em mais detalhes para não revelar mais detalhes do fiapo de trama, que por vez me lembrou de "Um Golpe do Destino" com o William Hurt.

O filme parece que busca também a obrigação de ter um lado social. Por vezes a trama é desviada para tratar disso, por vezes com um aspecto documental que parece querer dar algum tipo de veracidade a história, mas que não combina com o filme e acaba por deixar o drama da personagem mais distante.

Bem, dificil se envolver com um filme quando não se envolvemos com os personagens. O Gay também é muito antipático, Dira Paes mal aproveitada não tem muito o que fazer (alias não tem nada a fazer). Débora Duboc até que tenta mas sua presença é pouca no filme. Lembrei me também de Ana Paula Arosio em "Como Esquecer" que também tinha outra personagem fria e antipática que não dava chance pro publico se envolver (mas ao menos aquele filme tinha um roteiro menos confuso e enigmático).

Uma pena, pois era um filme que tinha interesse, mas é um trabalho que não recomendo, apenas pra quem se interessa demais pelos cinema nacional ou por uma bela fotografia. Ou para aqueles que apesar de tudo ainda acham que um filme com a Leandra Leal ainda vale a pena ser conferido.

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