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domingo, 15 de maio de 2022

O HOMEM MODERNO

Há algo de podre no reino de Hollywood


Desde que ouvi falar do novo filme do Robert Eggens , “ o homem do Norte” no ano passado, me pareceu que o diretor deixou de lado terror para embarcar numa saga épica


E como o filme nas ultimas semanas tem sido vendido como exatamente isso pela imprensa foi com essa certeza que fui assistir ao filme


As primeiras cenas do filme porém já mostraram um tipo de filmagem e fotografia diferente do que um épico hollywoodiano nos apresenta. No decorrer do filme me vi diante de outro filme de terror do diretor, embora numa produção que obviamente teve mais dinheiro injetado do que na suas produções anteriores


“O Homem do Norte” vendido como está sendo cai na armadilha de que o publico alvo do marketing do estudio provavelmente não irá comprar a idéia do filme, assim como “o cavaleiro verde” do David Lowery, que embora não tenha tido tamanha pretensão do estudio ao ser lançado durante a Pandemia, é o que se vê nas sinopses do nesmo que o vende como um tipo de filme que engana o expectador menos cinéfilo


Durante o filme me lembrei de Aronofsky por motivos um tanto obvio para quem se lembra do lançamento de “a fonte da vida” , quando o diretor vinha dos cults “Pi” e “Requiem para o Sonho” para o que deveria ser uma grande produção mas que devido as restriçōes orçamentarias teve que se virar para por em tela um roteiro complexo que envolve muitos efeitos especiais e que visivelmente teve que ser adaptado para algo mais intimista


“O homem do norte” por sua vez teve um orçameno maior do que o diretor está acostumado, porém menor do que um epico nessas proporçōes exige. Por mais em que cenas vemos esse dinheiro , a impressão é de que o diretor teve que se contetar em apresentar algo mais intimista ao mesmo tempo de que fez grandes conceções ao estudio, principalmente no que se refere a nudez


Curioso outro paralelo com Aronofsky e seu “Fonte da Vida”. Assim como aquele tinha um visual um tanto brega, este tem algumas cenas constrangedoras que vão no mesmo caminho como os delirios da personagem de Alexander Skarsgård envolvendo a arvore da vida (ou algo que o valha) e a cavalgada da Valquiria, de uma breguice sem tamanho. Nesse sentido, Anya Taylor-Joy dormindo de conchinhas com o protagonista à luz das estrelas também não ajuda 


O filme conseguirá agradar aos fãs do diretor e a uma geração de cinefilos ainda sem bagagem cinematografica que decerto atribuirão ao filme o status de obra prima, o que está longe de ser mesmo sendo acima da média do que costumamos ver nos chamados blockbuster


“O homem do norte” apesar de ensaiar alguns dialogos mais poeticos e shakesperiano em alguns momentos, se perde em sua intenção e não traz nada de memoravel e alguns chegam a ser até ruins. A narrativa  embora ensaie algumas surpresas no enredo o mesmo não deixa de ser previsivel e não traz nada de novo. Claro que o fato de ser baseado numa lenda nordica que influenciou até Hamlet não deixa muito espaço para novidades numa historia já contada diversas vezes. 


A motivação do “heroi” não vai alem de uma mera vingança pelo seu Pai e a medida que a historia dá sua virada na metade final do filme não resta muito pelo que torcer por ele. O final tem epicos do episodio 3 de Guerra nas Estrelas que bebe da mesma fonte da jornada do herói mas que a comparação aqui se dá pela fotografia explicitando o que o capitulo dedicado ao inferno já não deixa margens para interpretações dado ao proprio titulo do mesmo 


Nada de muita surpresa no que vemos no tipo de sentimento que os vikings envocam hoje, e que se resume a trogloditas invadindo o capitolio e lutando por  um  tipo de vida que não mais passa de uma grande nostalgia ao menos na esfera midiatica mas que encontra respaldo no dia a dia das pessoas ditas comuns