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sábado, 3 de abril de 2021

DEMOLIDOR - UM GUIA DE LEITURA

por Gustavo Basso
instagram: @popices_



 O Presente Guia é uma tentativa de traçar uma Leitura das diversas fases das histórias do Demolidor, que passou por várias Editoras e com títulos zerados dentro de uma mesma, o que pode atrapalhar um pouco a compreensão.

A primeira ideia era fazer algo rápido das histórias publicadas a partir de 1998, que foram todas publicadas por aqui, mas analisando a primeira série americana acabou se tornando um tanto mais completo e inevitavelmente mais confuso

Sim, até a publicação da coleção "Demolidor = Edição Definitiva". a primeira série do personagem foi mal publicada por aqui, com várias edições ignoradas e uma boa parte das publicadas mutiladas pela Abril (mas nem ousei entrar nesses detalhes). Tentando levantar o maior número de informações o texto pode ter ficado difícil e cheio de detalhes, porem tento no final de cada Tópico fazer um resumo

 Não procurei por detalhes tipo um autor que escreveu uma história a parte no meio da fase de outro ou um autor que escreveu uma edição provisória enquanto outro assumiu as seguintes. Pode ser que tenha algumas discrepâncias nesse sentido mas creio que irrelevantes para o propósito. Algo tipo dizer que Ann Nocelli escreveu a partir da Edição X quando entrou somente na seguinte (até poderia ter feito essa pesquisa, mas entender as vezes a cronologia de publicação da Abril já levou mais tempo do que queria).              

Se a Primeira série do personagem foi publicada a esmo por aqui a partir da segunda de 1998 que abre com o arco do Kevin Smith todas foram publicadas na ordem, embora alternando em diversos títulos.         

 OS PRIMORDIOS

O primeiro título do Demolidor surgiu em 1964 nos EUA, criado por Stan Lee e Bill Everest e durou 380 até 1998. Teve algumas retomadas nessa numeração em anos posteriores mas voltarei nesse assunto no devido momento.

Por aqui foi publicada em diversas edições começando aqui pela revista Demolidor da Ebal em 1969 e terminando em Marvel 99 número 8 da Editora Abril de 1999 (mas sem completar a fase americana).

Inicialmente desenhado por Bill Everest que ficou somente no primeiro número, seguido por Joe Orlando. Nessa época o Uniforme era Amarelo e Preto com um pouco de detalhe em vermelho. Wally Wood assumiu na edição número 5 mas criou o seu icônico Uniforme Vermelho somente na edição número 7 (se bem que por aqui ele usava vermelho desde o primeiro número, mas não vem ao caso)

O Demônio teve pela Ebal 31 edições, publicadas por aqui de 1969 até 1971 publicando as 36 primeiras edições do título americano. Pela Bloch o Herói ganhou 15 edições, que foram de 1975 a 1976 republicando as 26 primeiras edições da série por aqui. Essas primeiras histórias praticamente só saíram aqui pela Ebal com as primeiras saindo pela Panini nas Biblioteca Histórica Marvel do Demo (as 11 primeiras histórias na sequência) e eventuais edições na Coleção Histórica Paladinos Marvel.

A Editora Abril só chegou a publicar essa primeira fase na edição comemorativa n 100 de Superaventuras Marvel que trouxe apenas as edições 1, 7 e 25 com a aparição do irmão gêmeo de Matt Murdoch (na verdade o próprio Matt inventando que existia um irmão para dar a desculpa de que ele era o Demolidor, já que Matt é cego). Recentemente esse "irmão" retornou em aventuras da fase do Charles Soulé que saíram aqui ano passado pela Panini numa abordagem um pouco diferente.

A RGE em 1979 publicou eventualmente em Almanaque Marvel alguma coisa, mas somente poucas edições, umas 5 mais ou menos e bem salteadas dessa fase (incluindo a inédita edição 42, que a Panini republicou recentemente).
                                                          
Depois que a Ebal parou em 1971 ela voltou a publicar o personagem somente em 1975, mas somente o número 37 americano de onde tinha parado, desta vez no último número da revista do Homem Aranha (que teve 70 edições).

As Edições 47-157 do personagem mal foram publicadas por aqui. As 74-76 saíram somente pela Editora GEA nos 3 números da revista Defensor Destemido enquanto as edições 104-107 na saga de Thanos compiladas pela Abril em 1992 e republicado ano passado pela Panini. Já a edição 146 saiu isoladamente na já citada Superaventuras Marvel 100 da Editora Abril. O resto permanece inédito.

Nesta fase da revista as histórias do Demolidor eram bem ao estilo heroico da Marvel. Era praticamente um Homem Aranha com outros problemas e com uma galeria de vilões bizarros e chinelentos, bem diferente do que o público se acostumou futuramente. Mas é uma fase bem divertida com ótimos momentos.

A melhor forma de se ler essa fase é na Definitiva do Demo, que já tem 5 volumes lançados. A Coleção Histórica Marvel Paladinos números 1, 5 e 9 que trouxe praticamente as edições 29-46 (pulando as edições 33 e 34 que saíram somente pela Ebal). Já essa edição 9 da Coleção Histórica Marvel Paladinos trouxeram somente histórias inéditas no Brasil até então (39-46 do título Americano). Dessas histórias apenas o número 42 tinha saído num Almanaque Marvel pela RGE.

[ATUALIZAÇÃO 2025] Portanto, hoje se se quiser ler por aqui o mais fácil é a Definitva do Demolidor (mas o preço !) ou partir para a Coleção Histórica dos Paladinos (as já citadas 1, 5 e 9), essas bem mais fáceis.

FASE FRANK MILLER

A Editora Abri começou a publicar o Demônio na Edição 01 de Superaventuras Marvel, já na fase do Frank Miller, mas ainda com roteiro do Roger McKenzie. Porem as primeiras histórias (Edições 158 e 159) só foram sair na Edição 46 de Superaventuras Marvel.

Frank Miller já tinha desenhado o personagem em duas edições de o Homem Aranha que aqui saiu apenas em Almanaque do Homem Aranha 11 da RGE (em 1982) e depois pela Abril somente em 1993 na Teia do Aranha 48. Depois essas histórias do Aranha com o Demolidor só foram sair pela Panini em Os Maiores Clássicos do Homem Aranha 4, que trazia todas as histórias do Aracnídeo pelo Frank Miller e mais recentemente no primeiro volume dos 3 em capa dura com toda a fase do Demolidor por Frank Miller e Klaus Janson.

Miller desenhou o personagem por 10 edições, da 158 (maio de 1979) até a 167 das Edições Americanas. Já a partir da 168 assumiu também os roteiros, de cara já criando a Elektra, até a edição 191 (fevereiro de 1983) totalizando 33 edições. Essa fase saiu até a edição 44 de Superaventuras Marvel (por isso na edição 46 apelaram para as 2 primeiras histórias inéditas do autor).  A Edição 167 ao invés de sair em Superaventuras Marvel saiu em Capitão América, naquelas lambanças que só a Editora Abril explica.

Explicar a importância do Frank Miller para o personagem é chover no molhado. Claro que tem gente que pode ainda não conhecer mas basta uma busca na Internet para encontrar milhares de textos explicando. Mas vou dizer minha opinião pessoal que é a melhor fase de todas, Miller pegou o título quando ele estava prestes a ser cancelado, teve carta branca e revolucionou o personagem.

A abril chegou a republicar o começo da fase escrita pelo Frank Miller em Demolidor Especial 1 e fez uma minissérie chamada Elektra Saga com as histórias da personagem que saíram nas já citadas edições. Já a Panini republicou nas 4 edições de Os Clássicos do Demolidor e nas já citadas 3 edições em Capa dura com a fase completa do Frank Miller com o Klaus Janson, o meio mais fácil de reler essas histórias hoje. 

Nessa época Miller também desenvolveu a bela Graphic Novel "Amor e Guerra" ilustrada por Bill Sienkiewicz. Essa história se passa depois do Rei do Crime reencontrar sua esposa Vanessa. Saiu pela Abril em 1988 no volume 2 da série de Graphic Novels (e não Graphic Marvel) e pela Panini em 2018, edição essa bem pode ser encontrada facilmente com um bom desconto apesar da desnecessária capa dura.

E Miller também voltaria ao personagem em mais três ocasiões, abordadas à frente na devida hora.

FASE DENNY O'NEIL

As edições 192 até 201 nem chegaram a sair por aqui (a não ser a 194 publicada tardiamente em Hulk 96). A partir de Superaventuras Marvel 51 foram publicadas algumas edições salteadas ou fora de ordem da 202 até a 226 revezadas por algumas edições do Capitão América. Algumas histórias foram publicadas somente em Demolidor Especial 3 (depois que o número 2 desse Especial trouxe historias posteriores)

É uma fase que está merecendo uma republicação decente por aqui. Ainda mais por trazer ainda o David Mazzucchelli em algumas histórias. Se encontrar esse formatinho do Demolidor Especial 3 ele vale a pena.

[NOTA 2025} Não atualizei esse post mas chegou a sair Capa Dura pela Panini alguma coisa que agora de cabeça não lembro






A QUEDA DE MURDOCH

David Mazzucchelli continuaria como desenhista do título e Frank Miller retornou ao roteiro em Daredevil 227 (fevereiro de 1986) até a edição 233 trazendo simplesmente o maior arco do personagem. Esse arco tem uma premissa simples. Karen Page, a ex namorada de Matt agora viciada em drogas vende o segredo do Demolidor e ele acaba caindo nas mãos do Rei do Crime que irá tornar a vida do personagem ao inferno.

"A Queda de Murdock" saiu primeiramente aqui em Superaventuras Marvel 61 até a 68 e depois sendo republicado no encadernado Demolidor Especial 2. Em 1999 a Editora Abril publicou pela primeira vez em formato americano em uma minissérie em 4 edições.

A Salvat publicou o arco na sua coleção de capa preta (já a Elektra ganhou uma compilação de suas histórias pelo Miller na edição capa vermelha dedicada a personagem). 
                                                     
A Panini também republicou esse arco numa edição a parte, fora das 3 edições dedicadas ao Frank Miller, já que aquelas tinham o Janson como arte finalista, edição esta que é a mais fácil de ser encontrada no momento junto com a da Salvat. Vai do bolso.

ANN NOCELLI

Depois de Miller que trouxe a maioria das características urbanas já conhecida dos leitores hoje em dia além dos elementos orientais tão ao gosto do autor o próximo a assumir o Herói foi a roteirista Ann Nocelli, que manteve a pegada mais dark e adicionando elementos mais fantasiosos como Voodoo. Foi nessa fase que surgiu a assassina Mary Tifoide. Nesta fase o herói também teve alguns encontros com os Xis-Men e participou de algumas sagas Mutantes como "A Queda dos Mutantes" e "Inferno"

Esta fase teve algumas edições iniciais publicadas salteadas por aqui tendo como artistas o Barry Windsor Smith e o Rick Leonardi e Todd McFarlane, mas só foi publicada em ordem a partir da fase com o John Romita Jr (Edição 250 americana) em Superaventuras Marvel 79 (se bem que uma edição de Grandes Heróis Marvel trazia em ordem as edições 248 e 249 com um encontro com o Wolverine). 

John Romita Jr que estava em seu auge criativo ficaria até o número 282 americanos, mas o Ann Nocelli ficou até a 291 (por aqui Superaventuras Marvel 149)

Existem boatos de uma republicação dessa fase Ann Nocelli/Romita pela Panini, mas certamente as edições 234-249 americanas ficariam sem ver a luz por aqui (salvo alguns números já publicados pela Abril) assim como as edições 283 em diante. {ATUALIZAÇÃO 2025] saiu na serie A Saga do Demolidor (até o vol 9 e depois continuou até a fase do O DG CHICHESTER da edição 10- 16 da Saga parando antes da fase da "Armadura", que  saiu separada numa Epic Marvel)

FASE DAN "D.G." CHICHESTER


Após Ann Nocelli, o roteirista Dan Chichester ficou no título do número 292 até o 308 publicadas aqui integralmente nas revistas Superaventuras Marvel 150-158 e o arco "A Queda do Rei do Crime" (last Rites no original) publicado em Grandes Heróis Marvel 47, onde o Demolidor se vinga do Rei após "A Queda de Murdock). Fraquinha mas tem seus admiradores, principalmente por essa vingança.

Segue-se uma rápida passagem de Glenn Herdling onde tivemos algumas edições publicadas aqui na Superaventuras Marvel 163, mas já na posterior pulamos algumas edições americanas para voltarmos com o Dan Chichester que vai até 342 americana, por aqui em Superaventuras Marvel 164-175 (que encerra a publicação de Demolidor em seu mix nessa edição. A própria Superaventuras Marvel se encerraria no número seguinte só com história dos Mutantes. Um triste fim para a considerada a grande revista Mix do Brasil

Essa é outra fase que teve alguns números pulados. E mesmo os que restaram eram editados nos moldes dos formatinhos da Abril.
                                              
No número 321 americano Dan Chichester muda o Uniforme do Demolidor para um tipo de armadura cinza (VIDE ATUALIZAÇÃO ACIMA no texto sobre a Nocelli). Nessa fase a identidade secreta do Demolidor torna-se pública e Matt Murdoch forja sua morte, assumindo a identidade de Jack Batlin. Depois de algumas edições Murdoch consegue convencer a todos que não é o Demolidor e vida que segue.

FASE J.M. DEMATTEIS

O Demolidor volta ao seu uniforme vermelho na breve passagem de Dematteis no título aqui publicadas na revista Marvel 97 (que traria os números 344-350)

O FIM DA PRIMEIRA SÉRIE

Esse primeiro título do Demolidor teve 380 edições americanas. Por aqui tivemos algumas edições publicadas nas revistas Marvel 98 e Marvel 99 que trouxe a edição 370 americana (algumas como a 361-367 foram puladas e as últimas 10 revistas do título após a citada 370 não foram publicadas por aqui)

Essa fase final escrita por Karl Kesel e depois por Joe Kelly voltou com aquele tom mais leve e heroico dos primórdios do título. Matt Murdoch nessa fase estava trabalhando com Foggy Nelson (que agora conhecia a identidade secreta do herói) no escritório da mãe de Foggy, Rosalind Sharpe. 
                                   
Por aqui a última história desta fase foi publicada em Marvel 99 número 8 da Editora Abril como já citado no primeiro parágrafo dessa matéria.

FRANK MILLER - OUTRAS ABORDAGENS

No meio de tudo isso Frank Miller voltou para escrever algumas histórias com os personagens.

A primeira foi uma minissérie centrada na Elektra em 1986. "Elektra Assassina" saiu por aqui em 1988 pela Abril em uma minissérie em 4 edições, compilada depois em encadernado no ano seguinte. A Panini republicou a primeira vez em 2005 em capa cartão e depois em 2016 já em capa dura.

Uma segunda Graphic Novel chamada "Elektra Vive" em 1990 que aqui saiu no número 6 da série Graphic Álbum (novamente não confundir com a série Graphic Novel e nem com a Graphic Marvel).  Apesar da Elektra no título é mais uma minissérie centrada no Demolidor. A Panini também republicou em 2017 um pouco antes de republicar a já citada "Amor e Guerra".

Miller também fez uma espécie de Ano Um do personagem em uma minissérie em 5 edições desenhadas por John Romita Jr (numa arte espetacular diga-se de passagem). Publicada em 1993 e por aqui em 1994 em uma minissérie em 5 volumes teve uma versão encadernada pela própria Abril em 1996. A Salvat relançou a serie numa edição capa vermelha dedicada ao personagem e a Panini já fez duas edições, a última em capa dura encontrada facilmente e a melhor opção no momento.

A respeito dessa minissérie, podia ser mais um caça niqueis mas acabou sendo uma das melhores edições já feitas com o personagem. Item obrigatório, com vários elementos que seriam retornados futuramente por diversos autores tanto nos quadrinhos como em outras mídias. Vale também ressaltar por se tratar de uma edição que revisa o passado do personagem antes apenas citados em várias histórias, Miller contradiz muita coisa que já foi dita antes, inclusive por ele (o encontro com a Elektra por exemplo, que aqui conhece Matt já na fase da Universidade). De qualquer forma é a origem definitiva do personagem.

A 2ª SÉRIE (Marvel Knights Era, 1998)

Em 1998 o título Americano do Demônio que na verdade não estava vendendo muito bem foi zerado assim como outros. Essa foi uma tentativa de marketing da Marvel para alavancar as vendas. Só para se situar, nessa época a Marvel estava falida e ainda ia demorar algum tempo para se recuperar, tanto financeiramente quanto criativamente (algumas, mas línguas dizem que nunca se recuperou foi o público que mudou, mas certamente é intriga da oposição)

O diretor de Cinema Kevin Smith assume as primeiras 8 edições do título com o Arco "O Demônio da Guarda", por aqui publicado em Marvel 2000 nos números 1-6. Depois o arco ganharia encadernados pela Panini (2009/2019 em edições distintas) e também pela Salvat na coleção de Capa Preta. Edições essas fáceis de achar. Apesar de ter aqueles que achem genial até aqueles que achem um Lixo, mas é mediana, com boas sacadas. Porém é apenas um "tributo" a "Queda de Murdoch" com uma trama bem amarrada.

As edições 9-13 americanas saíram por aqui em Grandes Aventuras Marvel 1-5 daquelas edições Premium caríssimas da Abril. Se hoje há quem reclame de as edições avulsas custarem 10 reais naquela época as da Abril passaram dos R$ 2,50 (em formatinho com 100 páginas) para R$ 9,90 (tudo bem que era formato americano e 164 páginas, mas assustaram muitos leitores que abandonaram o barco). O Brasil não estava preparado para tanto luxo. Deu no que deu hoje.

Essa fase foi escrita por David Mack, que ficou no título até o número 15. Esse arco chamado Parts of a Hole apresentou a personagem Echo (Maya Lopez), uma lutadora de artes marciais surda.
As edições 14-25 (com as 2 edições finais do arco do David Mack) foram publicadas por aqui nas 12 edições da Marvel 2002 já com a Panini assumindo a Marvel no Brasil. A partir da edição 16 convidado por David Mack, Brian Michael Bendis escreve um pequeno arco até o número 19. Essas primeiras 5 edições sob seu comando não foram republicadas nos encadernados Deluxe do personagem dedicados ao autor. 
                                           
Depois de Kevin Smith é a vez de outro roteirista de Hollywood assumir o título. Bob Gale (De Volta para o Futuro) assume a revista dos números 20-25, terminando por aqui a fase do Demolidor na revista Marvel 2002.

Para constar, em 2001 saiu a minissérie Demolidor Amarelo escritas por Jeph Loeb e Tim Sale, publicada aqui em 3 edições em 2002 e republicada em 2019 num encadernado Capa Dura. Divertida, mas dá para viver sem.

Dessa fase a única que se encontra disponível hoje é o encadernado do Smith "O Diabo da Guarda". As demais só nas mensais espalhadas por aí e não existe nenhuma previsão de que um dia isso mude.

A FASE BRIAN MICHEL BENDIS

Brian Michael Bendis retorna na edição 26 do personagem onde assume o título até o número 81 no que seria a segunda melhor fase da revista do Demo (Desculpe-me os Bendófilos, mas Frank Miller é insuperável). As edições americanas 26-37 saíram por aqui nas 12 edições do Gibi Hulk & Demolidor. A partir da edição 38 americana até o final na 81, a fase Bendis foi publicada na mensal do Demolidor, que durou 35 números.

Foi a primeira vez em décadas que o Demo ganhou revista própria no Brasil. A Editora Abril por exemplo nunca publicou um título do herói fora as minisséries e especiais.

Com os belos traços de Alex Maleev que dá o tom noir necessário, essa fase do Bendis já começa bombástica com a identidade do herói sendo revelada à público revirando novamente a vida do personagem de cabeça para baixo, pode ser encontrada facilmente nos 4 encadernados que saíram pela Panini (Revelado, O Rei da Cozinha do Inferno, Decálogo e O Demônio do Pavilhão D). São caros, mas é um bom investimento dado a qualidade do trabalho. O último desses 4 encadernados trás o final do Arco que foi finalizado pelo Ed Brubaker.

 DEMOLIDOR 40 ANOS

Para comemorar o aniversário do personagem, Joe Quesada, que tinha ilustrado o Demolidor do Kevin Smith desta vez assumiu também os roteiros e escreveu a minissérie "Demolidor Pai".

 Suas 6 edições saíram aqui numa minissérie em 3 pela Panini em 2006 e não foi republicada até agora. Como é curta não duvido que uma hora seja.







A FASE ED BRUBAKER

Ed Brubaker que já tinha feito algo semelhante para a DC com "Gotham DPGC" (outra que pode ser achada por aqui fácil em 4 encadernadas) era a escolha fácil para continuar a fase do Bendis. Ele junto com o desenhista Michael Lark entram em cena, começando com um epilogo para a fase do Bendis. O escritor fica no título até a edição americana 119 onde novamente a revista do herói volta a numeração original.  Aquelas lambanças que só os americanos para entenderem, mas que aqui pode se resumir a uma única palavra, marketing (se bem que por lá também).

Lembram que a primeira série do Demolidor teve 380 edições? Pois é, depois de 119 edições de uma nova série o título volta para o Número 500, afinal, não poderiam deixar de aproveitar esse número numa edição. É o fim da passagem de Brubaker no título

 Essa fase do Ed Brubaker saiu aqui no Brasil pela Panini nas edições 1-33 do Gibi Marvel Action (com as edições 82-110 da Americana) e posteriormente em Universo Marvel 1ª serie 53-56 e Universo Marvel 2ª serie 1-3 (com as edições 111-119 da Americana + a 500 da volta a numeração original)

Essas histórias foram compiladas novamente em 3 edições Deluxe (e caríssimas por sinal), uma das quais com o final da fase do Bendis (O Demônio do Pavilhão D). Os outros dois encadernados seriam "A Parte do Demônio" e "O Retorno do Rei".

 FASE ANDY DIGGLE

Após duas fases acima da média o título agora cai na mão do Andy Diggle que traz a possível pior fase do personagem nas hqs. O autor vai da edição 501-512 onde o título é novamente descontinuado e publica o arco Terra das Sombras que por aqui saiu na Universo Marvel 2ª serie 7-20 (pulando algumas edições que não traziam histórias do Demolidor).

Essa fase dificilmente volta a ser publicada em encadernados por aqui. A Salvat chegou a publicar a minissérie Shadowland 1-5 num encadernado da coleção capa preta. Totalmente dispensável diga-se de passagem. [ATUALIZAÇÃO 2025] parece que queimei a língua e a Panini publicou alguma coisa sim, depois desse texto. Não me dei ao trabalho de procurar o que

Quem quiser se aventurar fique à vontade, mas como diria o Crazy Ralph, "Vocês foram avisados!"

  

A 3ª SERIE (2011)
FASE MARK WAID


 Mark Waid em 2011 inaugura a 3ªsérie da revista americana que durou 36 edições, publicadas aqui no Brasil nos vols. 1-6 da 2ª série do Demolidor pela Panini, a primeira em forma de encadernados. Os primeiros 6 números americanos que formam o primeiro encadernado também saíram pela Salvat na Coleção Capa Preta com o título "Som e Fúria".

Nesta fase o tom das histórias voltou a ser novamente mais simples e heroico, sem aquele clima denso que ficou marcada suas histórias deste a fase Frank Miller no final dos anos 70. E foi uma grande fase mesmo perdendo um pouco a força no final. Nessa mesma época o Demolidor chegou a fazer parte dos Novos Vingadores numa fase escrita pelo Bendis.

No final dessa 3ªsérie americana, Matt Murdoch é novamente forçado a se revelar como o Demolidor, abandona a advocacia e muda-se com Foggy para São Francisco

Mas não pense que Mark Waid ficou apenas essas 36 edições. Acontece que no meio de sua passagem pelo título a Marvel resolveu zerar novamente as suas edições. Se antes era a falência que explicava em partes, agora só pode ser que a Marvel espelhe seus números no sucesso do braço cinematográfico que alcança um público bem maior.

A 4ª SERIE (2014)
All-New Marvel NOW!


A Marvel resolveu zerar novamente suas revistas naqueles reboots disfarçados da Editora na iniciativa All New Marvel Now. Mark Waid continuou na frente do título que durou mais 18 edições. Por aqui a Panini resolveu não começar do zero e publicou tudo nos vols. 7-11 da 2ª série do Demolidor. Pontos pra Panini.

É uma boa fase, sem o mesmo gás da anterior, mas com bons momentos. E depois de 18 edições Waid sai do título que é novamente zerado.

Sim!


A 5ª SERIE (2014)
All-New, All-Different Marvel

A Marvel tendo novamente zerando seus títulos na agora chamada Tudo Novo, mas a Mesma Merda de Sempre trouxe a frente do título o roteirista Charles Soulé que ficou por 28 edições, que por aqui não foram descontinuadas pela Panini, sendo publicadas nos vols. 12-16 da 2ª série do Demolidor. Pontos novamente pra Panini.

Porém, não foi o Charles Soulé que saiu do título. Novamente a Marvel vendo o Demolidor chegar a marca das 600 edições resolveu novamente voltar a numeração original.



RETOMADA DA NUMERAÇÃO ORIGINAL

Tendo parado a numeração original no número 512 e depois de mais 82 edições (divididas entre as 36 da 3ªsérie, as 18 da 4ªsérie e as 28 da 5ªsérie) a Marvel resolveu novamente voltar a numeração original no número 595 e indo novamente até o 612.

Charles Soulé continua sua fase, que se já era meio fraco aqui descamba de vez. Publicadas por aqui nos números 17-20 da 2ª série do Demolidor que novamente continuou, o primeiro arco Fisk Prefeito até que não é tão ruim, mas os seguintes com a "Morte" do Demolidor depois de ser atropelado (!) são o fundo do poço do personagem (o Terra das Sombras eu apaguei da memória). Se o Demolidor tivesse morrido engasgado com uma sopa de ervilhas continua sendo ridículo, mas ao menos faria mais sentido do que ser atropelado.

A Panini publicou mais uma edição dessa 2ª série do Demolidor, com um epilogo a essa fase com uma minissérie o Demônio se recupera de sua morte delirando em uma cama de hospital. Essa minissérie traz algumas páginas desenhadas pelo brasileiro Danilo Beyruth.

Comparada com o final da fase Soulé esse último encadernado até é uma edição de fácil leitura mas dá para pular toda essa fase publicada por aqui em Demolidor vol. 2 edições 12-21 e ir direto a próxima. Você só precisa saber que o Rei ganhou as eleições, virou Prefeito e o Matt Murdoch não crê que foi de forma honesta.

A 6ª SERIE (2019)
FASE CHIP ZDARSKY 

Depois da Daredevil 612, a Marvel novamente zerou seu título e a nova publicação agora traz o roteirista Chip Zdarsky a frente do título.

Por aqui a fase começou em "Demolidor 1 - Só Medo", com a Panini reiniciando a numeração novamente nesse terceiro volume do Demolidor, o segundo como encadernados.

Sabe qual é o maior inimigo dos super-heróis? Não é o Doutor Destino, o Coringa ou o Mefisto — é a cronologia. E ela fica ainda mais traiçoeira depois que aparecem as tais “fases definitivas”. No caso do Demolidor, a encrenca é dupla. O personagem teve não uma, mas duas fases monumentais que definiram (e complicaram) tudo o que veio depois.

Primeiro veio o Frank Miller estreante, pegando um título encalhado na prateleira da Marvel e fazendo chover ninja. Ele deu carta branca ao seu próprio instinto noir, misturou catolicismo com ninjutsu, criou a Elektra, matou a Elektra, e redefiniu o personagem. E como todo gênio inquieto, ele voltou anos depois já consagrado e entregou A Queda de Murdock, uma aula sobre como destruir um herói página por página — começando pelo Rei do Crime descobrindo sua identidade secreta.

Só que aí vem o problema: o que você faz com um vilão que sabe a identidade do herói? Se fosse o Duende Verde, resolvia-se no tapa (literalmente). Mas com Wilson Fisk, os roteiristas entraram num limbo criativo: não podiam matar, não podiam ignorar, então inventaram malabarismos que pareciam roteiro de novela das 7. E esse malabarismo virou padrão.

Aí veio a fase Bendis, que também foi memorável e corajosa. Dessa vez, nada de meias palavras: todo mundo ficou sabendo que Matt Murdock é o Demolidor. E aí, amigo, ou você reseta tudo, ou inventa um clone, ou… faz pacto com o diabo. (Sim, Peter Parker, estou olhando pra você.)

E é nesse lamaçal que Chip Zdarsky entra, aparentemente sem medo de tropeçar. Seu primeiro arco é forte, bem escrito, com diálogos precisos e — graças a Deus — respeita os pilares católicos e morais que definem o personagem. Não tenta reinventar a roda nem arrancar a pele do herói só para causar impacto vazio. Zdarsky parece entender que a verdadeira ousadia, hoje, é contar uma boa história sem precisar matar ninguém só para trazer de volta três edições depois.

A fase de Zdarsky até começou bem. Bons diálogos, ótimos ganchos, um cuidado especial com a culpa católica cravada na alma do Demolidor — sem falar na arte que, no início, casava bem com o clima urbano e desesperado que a série exige. Mas, como tantas outras boas ideias na Marvel, o negócio desandou conforme crescia a ambição.

O roteiro foi ganhando escopo demais, eventos demais, simbologia demais, até que o que era uma história crua sobre justiça e fé virou uma espécie de mitologia confusa, com ninjas, demônios, prisões espirituais e mais uma infinidade de reviravoltas que pareciam competir entre si para ver qual era a mais "impactante". E é aí que bate a sensação de déjà vu: a fórmula do choque pelo choque, velha conhecida de quem já viu o Matt Murdock morrer, ressuscitar, enlouquecer ou virar líder do Tentáculo.

Zdarsky parecia saber onde pisava — mas, no fim, tropeçou no mesmo solo instável de quem veio antes. A fase começou com um pé no chão e terminou flertando com o misticismo cósmico que ninguém pediu. A promessa de uma narrativa densa e pé-no-chão deu lugar a um final que mais parecia um crossover disfarçado de fechamento emocional.

Não dá pra dizer que foi uma má fase. Longe disso. Foi relevante, teve seus grandes momentos, mas acabou presa no dilema de quase toda saga recente da Marvel: começa com um drama urbano e termina com o inferno explodindo em Nova York. Literalmente.

E quanto à Panini, bem… aquela velha mania de reiniciar a numeração continua firme. Já foram 58 edições (em três volumes, com títulos diferentes), e agora é só esperar a contagem pular direto pro número 100 quando alguém lá achar que a nostalgia vende mais que coerência. Mas tudo bem. A cronologia já virou o verdadeiro vilão da história.















 
 

 
 
 
 
 


        



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